segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DESTINO '

Com licença, por favor, pode ouvir-me um minuto?
-Porque estás a fazer isso comigo?
-Diga-me quem és e te responderei.
-Eu sou aquela a quem castigas, que fazes chorar amargamente por ausência de um afago, um carinho.
-Desculpe-me, mas existem tantos assim aqui neste livro que você não me vem a memória.
-Tudo bem vou refrescá-la a memória. Acabei de saber que terei sentença maior; além da distância, falta do afago, do abraço, do carinho que for, não lerei mais as cartas que tanto me consolavam, essa foi sua última trama. Não lembra?
-Ah! És aquela que acordou-me com seus prantos logo hoje pela manhã.
-Sim! Sou eu mesma. Que tens a dizer? Explique-me por favor.
-Eu sou a Vida, a muitos trato assim. Tenho em minhas mãos um livro chamado "Destino", apenas leio as páginas de cada dia. Sinto pelo seu sofrer; espero que amanhã ainda haja escritos em suas páginas, porque se em branco elas se encontrarem significa que tudo acabou. Nunca esqueça, ao virar de cada página estás sempre a um paço da felicidade, da morte ou da dor.
 Sem mais nada a dizer fui-me embora com minha amarga dor
 
 

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